16 de ago. de 2010

Barcos saem do Sul para gerar prejuízos ambientais no Espírito Santo

Flavia Bernardes


Os barcos, que são apenas dois entre muitos que freqüentam o litoral capixaba, possuem redes de aço capazes de arrastar até animais que vivem no fundo e foram vistos pescando durante toda a noite no litoral de Vila Velha.

Segundo o presidente do Instituto Orca, Lupércio Barbosa, os barcos foram vistos próximo à Barra do Jucu e, segundo os relatos da Federação Estadual de Pesca, estão na região há mais de uma semana.

“Eles estão muito próximos à praia pescando tudo que vêem pela frente. Estes barcos chegam aqui quando a sardinha está proibida de pescar lá e aqui eles não respeitam as leis, usam redes proibidas capazes de pescar até 35 toneladas de peixes”, disse o presidente da Federação de Pesca do Espírito Santo, Adwalber Lima, mais conhecido como Franklin.

A informação entre os pescadores é que píers de Vitória, como o da Enseada do Suá, já foram utilizados para que os barcos descarreguem o pescado. As redes, além de peixes, trazem também golfinhos, tubarões e tartarugas.

Na última semana uma baleia foi encontrada morte em Vila Velha e, nesta semana, um golfinho foi encontrado na praia de Itapuã com marcas de redes de pesca. Segundo especialistas, não há como afirmar que as mortes foram geradas pelos pesqueiros, mas o mau uso dos recursos naturais e principalmente a utilização de redes proibidas para a pesca são, segundo eles, a causa da reincidência de animais encalhados encontrados no Estado.

Segundo Lupércio Araújo, a reincidência de animais mortos nas praias do Espírito Santo é considerada um fenômeno anormal pelo Instituto Orca. Apenas de julho a agosto for registrada a presença de sete baleias da espécie Jubarte encontradas mortas nas praias capixabas.

Diante da pouca estrutura federal e estadual para fiscalizar, é cada dia maior o número, em águas capixabas, de barcos pesqueiros de grande porte e em desacordo com a legislação ambiental.

Segundo os pescadores, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) já foi acionado. Mesmo assim, os barcos permanecem na região.

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